DEPOIS
ainda é dia no meu corpo
quando recebo teu nome
em gotas de silêncio
derramado sob o sol
nenhum sussurro nasce da boca
minguada feito a lua
e anoiteço como escura catedral
[remanso de relicário e tecitura]
a água escorre até os pés
lava a carne viva
refletida em azulejos
leva teu claro cheiro rumo ao ralo
decanta emoções, desfaz vestígios
e sem teus rastros
a noite cai
numa mudez vasta, espessa
concreta como uma dor sem cura
recolho-me às águas e seus silêncios
Marcia
Friggi
(Foto do Henrique
Friggi)
Nenhum comentário:
Postar um comentário