Lado B –
Lado A
O lado B sempre conta uma história que mesmo sendo a mesma o
lado A não tem coragem de contar assim como marisa pode ser mim mesma federico
baudelaire também pode ser federika lispector euGênio mallarmé rúbia querubim
todos serAfim do mesmo canibalismo tupiniquim
desses templos trevosos que mostram escancaradamente onde foi parar a
humanidade não apenas estes mas também os outros nove se debatem na estrada do
desespero procurando a fresta alguma luz no fim do túnel nos telhados de
assombradado ou nas vozes de lobisomens que ecoem dentro das paredes do hotel
amazonas afogadas que foram nas águas do paraíba quando ainda império galvez
passou por aqui
Irina
Severina
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com os dentes cravados na memória
Relendo Marília de Dirceu pela vigésima vez, percebo que o Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim, começou a ser escrito em Ouro Preto-MG no ano de 1990 e já previa a queda de collor da presidência da República, pela ala revolucionaria da Inconfidência Mineira, o registro está no samba/enredo: Federika Bezerra: A Porta Bandeira Que Bortou Olivácio Doido.
Portanto queridos e queridas, o livro não é um olhar único e exclusivo na cidade de Campos dos Goytacazes-RJ, como muitos já me perguntaram. Na verdade é um olhar de 12 personagens, pelos territórios por onde pisaram ou sonharam e nas páginas brancas do papiro agora se encontram num grande banquete canibalesco, com referências múltiplas de vidas vividas por terras, ou nesses tenebrosos mares/bares “nunca dantes navegados”.
Artur Fulinaíma (Kabrunco)
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para desejar bom dia
escrevo uma profecia:
alegria é a prova dos nove
é quem promove a alquimia
Artur Gomes
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com os dentes cravados na memória
Federika Bezerra: A Porta/Bandeira que
Bortou Olivácio Doido
Samba/Enredo do Grêmio Recreativo e Escola
de Samba Mocidade Independente de Padre Olivácio – A Escola de Samba Oculta no
Inconsciente Coletivo no carnaval de
1993 - em 1995 integrou o repertório do projeto Retalhos Imortais do SerAfim -
Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim - Realizado pelo SESC-SP
Em
mil novecentos e vinte e cinto
na noite de orgias satanazes
um raio de trovão incandescente
rachou a igreja em Goytacazes
um vulto do despacho então desceu
movido por farol de grande luz
tocou na pedra quebrou cruz
a Rainha do fogo dessa gente
Federika
de ouro azul e prata
na porta da igreja foi parida
criada pelo Padre Olivácio
que logo depois lançou na vida
aos cindo de idade encantada
foi pega masturbando em sacristia
por causa de um sonho com o príncipe
DuBoi da mais sagrada putaria
Expulsa
da cidade foi pra longe
cresceu entre os jardins de JardiNÓpolis
mas se você pergunta Freud Explica:
- o seu palácio agora é em Petrópolis
Aos
dezenove plena de alegria
conheceu Gigi da Bateria
na porta do Beco de Satã
na festa federal do Bar da Lama
a Deusa dos Lençóis de toda cama
sorrindo para ver como é que fica
dá um corte na história
inverte o drama
e transforma Ouro Preto em Vila Rica
e assim vamos cantar em verso e prosa
a saga dessa deusa de Iansã
que em busca da mordida na maçã
sonhava encontrar Guimarães Rosa
Viemos
do SerTão para os seus braços
porque a Mocidade Independente
é a mais fina e pura Flor do Lácio
afilhada do secular Padre Miguel
e fiel ao seu pai Padre Olivácio
e para completar a grande roda
trazemos o cacique Pau Brasil
o centenário Oswald de Andrade
filho da paulicéia que pariu!
Passando pelas bandas do Catete
dançando na maior intensidade
macumba com o índio brasileiro
nossa Ex-Cola campeã da liberdade
Federika engravidou o grafiteiro
do famoso cacete Samaral
que escrevia pelos muros da cidade:
Mocidade já ganhou o Carnaval!
e assim vamos cantar na grande roda
tudo o que deu e o que não deu
o dia que um pastor bem collorido
pensou ser pai de santo e se fudeu!
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