araraquara guaxindiba itaocara grumari
o que liga essas palavras ao
eu vocabulário
a carne índia o sangue a cachaça paraty
grussaí guarapary baia da guanabara
juntei meu goytacá seu guarani
tupi or not tupi
não foi a língua que ouvi em tua boca caiçara
capivari tucuruvi taubaté pindamonhangaba
piracicaba pirapora piraí paranapiacaba
vim da tapera carioca do roçado do aipim
cacomanga minha toca
meu coração ururaí
tupinambá goytacá tupiniquim
quanta selva quanta
mata desmatada
desde o dia que o português pisou aqui
para falar para lamber para lembrar
da sua língua arco íris litoral
como colar de uiara
é que eu choro como a chuva curuminha
mineral da mais profunda lágrima
que mãe chorara
para roçar para provar para tocar
na sua pele urucun de carne e osso
a minha língua tara
sonha cumer do teu almoço
e ainda como um doido curuminha
a lamber o chão que restou da Guanabara
juntei meu goytacá seu guarani
tupi or not tupi
não foi a língua que ouvi
em sua boca caiçara
gargaú guriri itapevi abapuru
minha musa antropofágica tem o nome de
pagu
tarcila anita d´alkmim itaim
guarujá piratininga itapetinga itaquera
quantas palavras ensanguentadas nas
taperas
santeiro do mangue minha pátria meu
tesouro
100 anos se passaram como vento
e são paulo transformou-se
numa selva de concreto uma cidade de
cimento
nem sei o porque do sobrenome trocaram o gomes abreu por
Baudelaire se sou o mestre salada escola de samba oculta filho de Oxum que não
mora no rio(Rio) cachoeiras conheci as que
escorrerem entre as coxas das donzelas que lambi em goytacazes em
algumas até sangrei pelas areias do
farol de são thomé procurei psicanálise mas desisti quando vi que analistas só pensam a transa no divã e o meu
abandonei em cada esquina quando criança
em meio a roça sonhei com itabira e aos 17 fui pras minas conhecer pedra
dourada e os segredos da chacina e por
não ser esfaqueado o juiz ficou de fora do corpo da carne do barro do escarro
do sopro de deus que já matou 600 mil até agora
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