qualquer paixão me
diverte
fui passear no mato, caí no buraco
num átimo, dei-me conta do barato:
e mãos à cobra
adelaide do
julinho
imagem neuza ladeira
A primeira vez foi aos 15 ele me pegou na fotografia era verão em Guarapari e porque será que ele não vem mais aqui em Iriri ?
qualquer paixão me
diverte
fui passear no mato, caí no buraco
num átimo, dei-me conta do barato:
e mãos à cobra
adelaide do
julinho
imagem neuza ladeira
Somos anjos perdidos.
Asas mortas no chão,
desde a primeira audição
da palavra impossível.
Fabio Rocha
teu silêncio
pedra na garganta
saliva seca
nessa língua faca
por quê não canta
a dor de cotovelo?
derruba essa parede
que te cerca
desamarra essa corda
que te enforca
rasga essa mortalha
que te mata
Gigi Mocidade
Toda
Nudez Não Será Castigada
www.porradalirica.blogspot.com
Pessoas que me comovem são aquelas que vivem ou viveram com
os seus fios elétricos ligados cuspindo seus relâmpagos suas trovoadas sobre as
nossas tempestades. Sou fanático sim por blues samba e reggae. Faço as minhas
escolhas independente do meu coração partido e sigo vivo com os Dentes cravados
na memória para nunca jamais esquece-las. Esta foto é para rasgar o peito e
deixar sangrar poesia.
Artur Gomes
Entrevista
com a
Psicoterapeuta Isadora Chiminazzo Predebon – continuação
Artur - O Que é Psicofobia?
E até onde ela pode nos levar?
Isadora - A Psicofobia se trata de um preconceito
em relação às pessoas que têm transtornos mentais ou deficiências mentais dos
mais diversos tipos. Antigamente, relacionava-se com pessoas
"endemoniadas", "demônio no corpo", "bruxaria" e
entre outras questões. Com o surgimento da psiquiatria e da psicologia e seus
estudos e contribuições para a compreensão e tratamento das mesmas, acabou
diminuindo um pouco a psicofobia por parte da população.
Mas ainda, no senso comum, pouco se sabe sobre o
movimento da Reforma Psiquiatrica, por exemplo, que trouxe com ela novos modos
de tratar transtornos mentais (principalmente, os mais graves) e um
questionamento ao modelo antigo de "tratamento", quando relacionado
aos manicômios ou hospitais psiquiátricos.
A psicofobia pode tanto levar para uma pessoa não
buscar tratamento por medo de ser "taxada de louca", como também,
inferiorizar pessoas que têm transtornos mentais e que precisam de um
tratamento adequado (psiquiátrico + psicoterapia; psicoterapia; tratamento
sistematizado, etc). De qualquer forma, a psicofobia atrapalha a busca por
tratamento, como também acaba, por falta de informação, negligenciando e
inferiorizando ao tratar como "frescura".
A Associação Brasileira de Psiquiatria tem um
forte campanha de iniciativa para combater o preconceito à Psicofobia.
Em resumo, a Psicofobia além de dificultar a busca
por tratamento, também pode contribuir para taxas de suicídio e intensificação
de alguns sintomas
com
uma flor e um cachorro
esqueça o que escrevi ou disse
apague da memória
o mar de ontem era um personagem
que morreu no templo
mergulhei num mar
para encontrar o que não existe
nesta fauna humana
estranha força bíblica
me empurra ao desassossego
aquele mar morreu no ontem
hoje tenho uma arma na língua
pronta para te matar
e cantar no teu enterro
com uma flor e um cachorro
Oswald de Andrade
imagem: Alika Stander
fulinaimânica
sagarínica
minha poesia não é prosa
minha poesia é muito cínica
quando tenho sede quando tenho fome
sei muito bem o que fazer
quem nunca bebe nunca come
nunca sentiu o leite do prazer
eu tenho o signo de virgem tatuado
dos dedos dos pés aos fios da cabeça
mas não se esqueça do significado
quando se trata de signo
nos gumes da carnavalha
ela fez um pacto comigo
de só querer o que mora
embaixo do teu umbigo
afora a coisa do signo
permaneço dadaísta
flor de vênus sempre dada
flor do sexo sempre a vista
pronta para o cio pronta para o vício
nas flores do mal-me-quer
mas meu corpo só joga dados
nos pelos de outra mulher.
Federika Lispector
o vento roça minha pernas
as folhas roçam minhas pernas
a água roça minhas pernas
tuas mãos não roçam minhas pernas
não tenho pernas para mãos de qualquer um
Federika Bezerra
teu
nome
tenho uma flor em mim
que é só mar de pele osso e sal
tua alma quero conhecer
para teu corpo/livro descrever
em cada página em branco que encontrar
água de não beber
pétala de não tocar
entre os mariscos da carne
e os sentidos das conchas
minhas palavras tecidas
como dois dentes canininos
mordendo o que é feminino
em todo pulsar dos teus meios
tenho uma flor que é mar
que já me perfura a pele
de tanto sonhar teu nome
já mora em mim marciely
EuGênio
Mallarmè
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/
Poética 47
ou: Mallarmè reVisitado
poema do livro SagaraNAgens Fulinaímicas
o sentido oco
da cultura é tanto
que a cada lance
desse jogo quântico
o poder é cínico depravado
quando o cheiro podre
passa a ser semântico
entre os três poderes
deus não joga dados
Artur Gomes
minha carne arde em larvas de vulcão explode marte minha
arte cão línguas de dragão urano pedras vermelhas no rabo do cometa planeta
virado pelo avesso onde o começo do kaos é gozo nas entranhas de lucrécia
cachoeira da fumaça em fogo escorrendo espermas entre relâmpagos luminosos na
boca do espírito santo
Federico Baudelaire
penso
o tempo que não veio
o mar que se foi
o amor que não ficou
o mamilo dos teus seios
os olhos de um boi
tudo que restou
o sol a luz a cruz
a dor de não dormir
o berro a barra
a lua o punhal a faca
a fruta no quintal
a pele o tecido
a cor do teu vestido
a flor no temporal
a chuva o arco íris
teus olhos a retina
a cera a parafina
e a nossa vida de animal
EuGênio
Mallarmè
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/
lâmina
a luz do sol sobre a parede
lâmina que me corta a carne
flecha indomável
boca de fogo
língua me lambendo os dentes
o mar que vai e vem
me joga na rede
pensando o sexo dos peixes
no fluxo dessa manhã
rasgando as nervuras do dia
Gigi Mocidade
foto: Artur Gomes
www.porradalirica.blogspot.com
anjo
da guarda
não sou um anjo certo
estou sempre anjo torto
mas se fizer de mim
anjo da guarda
te guardarei a sete chaves
no armário do meu corpo
Artur Gomes
Hoje às 20h
Geleia Geral
Rádio Caiana
Gravamos ontem com Paulo André Netto Barbosa o primeiro Geleia Geral com participação especialíssima da minha querida amiga parceira Marcella Roza cantando à capela Vapor Barato (Jards Macalé/Wally Salomão).
Além de uma seleta musical com meus parceiros Paulo Celso Ciranda Reubes Pess Otávio Cabral Naiman e Luiz Ribeiro e duas faixas com poesia e som instrumental de Fil Buc fluiu ainda um breve bate papo focado na minha trajetória desses 50 anos de poesia. Esse programa de estreia vai ao Ar hoje às 20h.
canção de um realejo solitário
para Artur Fulinaíma
“ainda tenho o teu perfume
pela casa
ainda tem você na sala
porque meu o coração dispara
quando sinto teu cheiro
dentro de um livro
dentro da noite veloz”
meu coração
dispara
quando abro a
porta
e não te vejo
na vertigem do dia
canção de um
realejo solitário
quando não te
beijo
eu imenso mar
sozinha
como um peixe
afogado em águas
de delírio e sal
nesse mar
que não tem fim
tudo de mim
devoras
consomes - dos pelos
a medula em cada
vértebra
como a flauta que
ainda não toquei
no entre vão das
tuas coxas
Rúbia Querubim
Obs.: versos entre aspas Adriana Calcanhoto que me acompanhou ontem a noite inteira em minha solidão
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