terça-feira, 26 de agosto de 2025

 Com clic da minha fotógrafa Alice Melo Monteiro Gomes eu Artur Gomes, O Poeta Enquanto Coisa , aqui maravilhado com a Macumbança do meu mestre Igor Fagundes


esse templo obscuro não me pira
eu sou da lira eu sou da gira
o meu cavalo come o bispo
no xadrez que é o seu altar
isa luísa isa dora isa agora
me beija a boca a rosa louca
em seu delírio me ensinou a delirar

Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa

www.secretasjuras.blogspot.com

Navegar é Preciso

por mares nunca dantes navegados

 

              poética 10

 

nem todo segredo é secreto

nem todo segredo é guardado

o corpo mesmo dentro dos panos

no espelho é revelado

amor mesmo quando profano

tem muito mais de sagrado

 

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux - 2020

- Cine Vídeo Poesia

https://www.youtube.com/user/cabanagaivotas/videos


Poemas Para Todas As Horas

http://bit.ly/PoemasParaTodasAsHoras

 Poucos poetas contemporâneos expressam tão bem as principais bandeiras do Modernismo de 22 quanto esse vate pós-moderno. Sua poesia é política, antropofágica, nonsense, musical, polifônica e sobretudo intertextual, além de dotada de uma brasilidade corrosiva, avessa ao nacionalismo acrítico que se tem espraiado pela ex-terra de “Santa cruz”.

 Adriano Moura – fragmento do texto sobre O Homem Com A Flor Na Boca – livro inédito de Artur Gomes com previsão de lançamento em 2023

Era Uma Vez Um Rio

Poesia – Antônio Roberto de Góis Cavalcanti – Kapi

Voz – Artur Gomes

Participação especial – Gisele Canela

Trilha sonora – Madan sobre poema de Olga Savary https://www.youtube.com/watch?v=vJ4I_oM1U3A&t=150s

Mostra Cine Vídeo De Poesia Falada

na página Studio Fulinaíma Produção Audiovisual https://www.facebook.com/studiofulinaima

     Um passeio pela Prainha  

              Wilson Coêlho

Os barcos que espreitam
por detrás da forquilha
de uma árvore testemunha
são olhos silenciosos
guardiões da história
esquecida da Prainha
onde se supondo em terra firme
transitam indiferentes
os que sonham
a possibilidade de algo
além do visível
os que caminham sobre os pés
inconscientes dos cadáveres
pisoteados pela colonização
e entre a maresia
e o cheiro dos peixes
já não se percebem
e não se dão conta
de um passado presente
que nos visita
através dos espíritos dos indígenas
assassinados pela ganância
cuja existência tem sido adulterada
pela pedagogia do progresso. 


Fulinaíma MultiProjetos

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com


algas se decompondo

 

pisei em algas podres

ontem nas areias de Manguinhos

queimaram as solas dos meus pés

peixes morrem envenenados

nem precisam comê-las

o calor nas águas provocados

pela decomposição se incumbe

de matá-los

Artur Gomes Fulinaíma

www.fulinaimargem.blogspot.com

 

 ontem gargaú

hoje buena

vida plena

nas asas da poesia

algaravia em meu pedal

estrada que vai dar no mar

estou me guardando para o carnaval

 

Federico Baudelaire

www.fulinaimacentrodearte.blogspot.com




por onde andará macunaíma

 

era uma vez um mangue

por onde andará macunaíma

na sua carne no seu sangue

 

na medula no osso

será que ainda existe

algum vestígio de Macunaíma

na veia do seu pescoço?

 

Artur Fulinaíma

www.coletivomacunaima.blogspot.com

o poeta

 

antes um tigre

me enfiava as patas

me doía

 

ontem o poeta

me enfiava a língua

enquanto eu chupava

ele me lambia

 

Rúbia Querubim

www.ciadesafiodeteatro.blogspot.com

 O LEÃO

 

em meu peito há um leão que urge

mas eu lhe digo: — fique quieto leão!

e no segundo seguinte que surge

não me seguro diante do não

e o cutuco no coração para que ruge

e lhe digo novamente — fique quieto leão!

 

e o leão, agora bravo,

não me escuta diante do maltrato

e lhe digo gentilmente: — fique calmo leão!

 

só que sempre em frente ao perigo eminente

sei muito bem aquilo que fatigo por contente...

 

próximo ao poente, camuflado entre a giesta

o rei da floresta, carente de afago e amigo

organiza a seresta do estrago comigo...

 

em recuo arrependido eu me digo:

— não se cutuca o leão!

você nunca aprende esta lição

 

 Jéssica Iancoski

o amor

uma galocha velha

se embrenhando em terra de mato, rio de gente

que eu nunca tiro

tiro! 

e cuido dos pés

indeterminadamente

enquanto reedito

os mapas

                         Clara Baccarin


 
Coador de café

 café coado na calcinha

com cheiro que vem de Fescênia

e deixa o poeta tonto, tonto

da cafeína e do cio da menina

talvez seja o cheiro de torrado

a fazer o poeta espirrar

sacas e sacas de grãos

com o cheiro daquele lugar

a mãe costumava dizer:

“cuidado com aquelas garotas

que costumam coar café na calcinha

dessas não consegue se escapar

nem pela porta da cozinha”

mas conselho foi feito para não seguir

e o poeta foi atrás de outras minas

o coitado virou refém do café

e do coador em formato de calcinha.


                              Linaldo Guedes



Fulinaíma MultiProjetos

www.fulinaimamultiprojetos.blogspot.com

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