auto
biográfico
a minha relação poesia.teatro.poesia é visceral vital para o que escrevo como quem encena a necessidade do corpo como expressão não planejo nem penso o que ele sente quando jorra palavras no deserto branco do papel - o corpo dada lance de dados jogos e lances na ponta dos dedos o dado rola quando o estômago ronca e as tripas falam quando as vísceras sonham transborda sangue esperma nos mar das belas coxas quando ela tinha 17 e eu já 39 no ato do boi pintadinho por avenidas e campos cidade dos precipícios onde uma musa estudante quase me leva pro hospício
pátria
que me pariu
para
Rubens Jardim
os dentes das pedras
mordem a língua
dos meus dias obscuros
esse país teve passado
não tem
presente
nem tem futuro
peixe é bicho inteligente
foge do óleo criminoso
derramado
nos mares do nordeste
- eita peixe cabra da peste!
nem sei em que planeta
estamos hoje
nessa infernal atmosfera
capitão boçal pede
desculpas
pelas cagadas dos 3 filhos
Aí 5 é apenas os
centímetros
que um deles carrega
pendurado entre as pernas
esperma já virou porra
nesta pátria que pariu
a besta fera
psic/analítica
vertigem 12
o
barro do valão
que meus pés pisaram
impregnou o sangue
transpirou nos poros
o
limo embaixo das unhas
lembra-me o lugar de onde vim
aquele
sertão alado
como
uma ilha de creta
montando
alazão enluarado
pre-destinado a ser poeta
não
tracei a linha reta
já nasci um anjo torto
nada
em mim se concreta
no
meu sonho - desconforto
tudo
em mim é impossível
até mesmo imprevisível
muito mais que inalcansável
não
gosto de automóvel
muito menos televisão
cresci
dentro do mato
conheci olho de cobra
tigre felinni felino gato
dentes afiados de cão
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