terça-feira, 5 de outubro de 2021

psic/canalítica

 


                                  auto biográfico

 a minha relação poesia.teatro.poesia é visceral vital para o que escrevo como quem encena  a necessidade do corpo como expressão não planejo nem penso o que ele sente quando jorra  palavras no deserto branco do papel - o corpo dada lance de dados jogos e lances na ponta dos dedos o dado rola quando o estômago ronca e as tripas falam quando as vísceras sonham transborda sangue esperma  nos mar das belas coxas quando ela tinha 17 e eu já 39 no ato do boi pintadinho por avenidas e campos cidade dos precipícios onde uma musa  estudante quase me leva pro hospício 


pátria que me pariu

para Rubens Jardim

 

os dentes das pedras

mordem a língua

dos meus dias obscuros

 

esse país teve passado

         não tem presente

         nem tem futuro

 

peixe é bicho inteligente

foge do óleo criminoso

               derramado

nos mares do nordeste

- eita peixe cabra da peste!

 

 nem sei em que planeta

estamos  hoje

nessa infernal atmosfera

 

capitão boçal pede desculpas

pelas cagadas dos 3 filhos

 

Aí 5 é apenas os centímetros

que um deles carrega

pendurado entre as pernas

 

esperma já virou porra

nesta pátria que pariu

a besta fera

 

                                 

                                                      psic/analítica

 

não durmo -  sonho
Dédala passeia em minha cama
sob os meus lençóis de lã
toda palavra sã me despe
desejo pelos poros pelos
nossos corpos separados
apenas pela penugem do tecido
quase dentro como Joice
me trazendo Dédalus
                        para o travesseiro

 

eu te desejo
como tudo que seja carne
nervos músculos ossos

 

ela foge quando toco
fogo paixão fome
sede tesão sexo

acho até complexo
ela gostar de conversar
mas não sentir ou não querer

 

ficar olhando a janela
com seu olho gótico
como quem analisa
mas não pode se envolver

                                  

vertigem 12

 

o barro do valão
que meus pés pisaram
impregnou o sangue
transpirou  nos poros

 

o limo embaixo das unhas
lembra-me o lugar de onde vim

aquele sertão alado

como uma ilha de creta

montando alazão enluarado
pre-destinado a ser poeta

 

não tracei a linha reta
já nasci um anjo torto

nada em mim se concreta

no meu sonho - desconforto

 

tudo em mim é impossível
até mesmo imprevisível
muito mais que inalcansável

 

não gosto de automóvel
muito menos televisão

cresci dentro do mato
conheci olho de cobra
tigre  felinni felino   gato
     dentes afiados de cão

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