Poema 8
o dia que não te vi
foi baudelérico
a
noite que não beijei sagaranagem
quando vi e não me viu não entendi
porque o amor não foi selvagem
quando
beijei e não sentiu
só mallarmélico
para
escrever o que ainda
está por vir quando delírico
O Homem Com A Flor Na Boca
amoras : ame-as ou devoras Isadora ou me decifra ou juro que vou embora aqui nem só jabuticabas florescem nesses meus enredos a terra ancestral do meu sangue amoras roçam as palhas da cana caiana doce carne das frutas a flora na flor dos mangues em mim são cajás e são mangas como a carne do corpo laranjas bananas siriguelas o agridoce das pitangas como quem goza na multicor das aquarelas
eu não queria
selfie servisse nem aquilo
nesse tempo embaraçado
nesse país intranquilo
regido a golpe de estado
mini conto - a faca
poesia não é manchete de jornal para espremer escorrer sangue -
mas poema não pode ser facada que entra na carne
mas não sangra como aquela em Juiz de Fora que até agora ninguém me explicou se
o melodrama estava ali e não vi Adélio no curral do tal comício palanque armado
para levar o brazyl a uma quaderna - pra fazer do brazil um precipício
última
ceia
do peixe vamos comer
somente espinha
na rapadura com farinha
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